domingo, 31 de julho de 2011

04 Sonetos da Acadêmica Thereza Costa Val

Sagração das Luzes (série Portais - 2006) DL

A VIDA REVIVIDA   

                                                                    Thereza  Costa  Val

                                  É  tarde   em  minha vida...  Em  meu  outono
                               recordações  me  assaltam,  incontidas.
                           Em  minha  tarde, só,  neste  abandono,
                                  revivo  as   emoções  antes sentidas.


                                  Se as  emoções  vividas dimensiono,
                                  ressalto amargas  perdas, tão  sofridas...
                               Em  meio  às  relembranças  me  emociono,
                                  lembrando o amor que tive, sem medidas.


                               Levou-me a  vida  o  amor  e, por maldade,
                               faz-me sentir  o  peso  da saudade
                                  na  solidão  da  longa  viuvez.


                                 Tristezas, alegrias... Nada olvido,
                                 pois tudo o que passei  foi bem vivido
                                 e  eu  viveria tudo,  uma  outra  vez!
                                                                                                       

                            ( 1º lugar no Concurso “Brasil dos Reis” do Ateneu
                                   Angrense de Letras, de Angra dos Reis,RJ, 2007, tema:Vida)                        


                                                  PERFUMES

                                                Thereza  Costa Val

                          A  tudo que  marcou a minha  vida
                          parece que um perfume está ligado:
                          registro uma fragrância definida
                          de um tempo... um caso... e alguém que foi amado...

                          Se acaso um certo aroma me convida,
                          retorno com saudade ao meu passado
                          e, nessa volta, sigo comovida
                          o apelo do sentido despertado.


                          Mistério que não tem explicação:
                          perfumes trago vivos na memória
                          que ativam meus sentidos e a emoção.


                          Tão doce vem o aroma lá da infância!
                          Mas foi o amor perdido em minha história
                          que mais gravou em mim sua fragrância...     



                                 CARÊNCIA

                                                     Thereza  Costa Val


                   Vagando  pelas  ruas,  o   menino,
                   sem  esperança,  sem  palavra  amiga,
                   não   sabe  o  que  esperar   de  seu  destino
                   nem   sabe  se  algum  dia  a  paz  consiga.


                   Conhece  o  sofrimento,  o   pequenino:
                   a  dor,  o  desabrigo, o  mal,  a  intriga,
                   e   a  fome  sempre  o  traz  em   desatino...
                   E  por  viver  com   fome,  ele  mendiga.   

  
                   Pobre  criança   entregue  à   própria   sorte
                   que  a  vida  leva  em  luta  contra  a  morte,
                   seguindo  o  que,  da  rua,  a  lei  ordena!


                  Como  ser  bom  se  a  sorte  não  ajuda!...
                  Ele    quer,  na   sina  que  não  muda,  
                  ganhar   de  alguém  carinho ...   em  vez de  pena!




                                              SALMO

                                                          Thereza  Costa Val
                                                              
                         Tu me conheces tanto, meu Senhor,
                         conheces meu sentir, meus pensamentos,
                         de longe, tu conheces meus intentos
                         e até dos passos meus és sabedor!
        

                           Vês, com clareza, meu interior; 
                      sabes de mim   em   todos  os    momentos...
                        Se sabes quando passo por tormentos,
                           escuta a minha voz e o meu clamor!


Em minha mãe estava _ o ventre  terno _
e lá me viste... Sabes meu futuro,
tamanho é o teu poder: total, eterno!


                        Sonda, Senhor,  e vê meu coração!...
                        E se eu trilhar caminho mau, impuro,       
                           põe-me,   de novo, em boa direção.              

                                     



sexta-feira, 29 de julho de 2011

20 de julho - Dia do amigo

                                                                                                                                   Vilma Cunha Duarte
       20 de julho. Dia do amigo. 
                               (Com a bênção do Poetinha)                       
Em tudo ao meu amigo eu darei alento
 Com imenso amor, sempre, e santo
Que até chorando o mais triste pranto
Dele eu cuide em qualquer tormento.

Quero tocá-lo e ser o bendito ungüento
E por seu amor serei doce acalanto
E dividir-me em oferta se for preciso tanto
Com o seu sofrer ou sorrir, no enquanto.

E com o bom amor talvez seu peito cure
Quem sabe a mágoa, que eu nunca tive
Ou ainda a carência, que machuca e dana,

Então direi desse amor (que vive)
"Que não seja imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto ( eu) dure".


O Ofício das Palavras


O Ofício das Palavras
Vilma Cunha Duarte
As paixões  diferem das formas mais impensadas e irreverentes. Mimo da bondade de Deus  criando a universalidade dos seres. Noves fora,   casos de ligações  entre  pessoas, outras paixões dão panos pra manga e  asas à imaginação.
Tem gente, que  gosta mais de coisa que de gente.
De carro, por exemplo.  Há paixões arrebatadoras, caríssimas e folclóricas pela máquina cobiçada.
Alguns curtem, cuidam, amam  e preferem  bichos.  De toda raça, cor e tamanho.
Conheço uma  “cãomaníaca,” (tem 12 em casa)  que defende o mote: bicho retribui amor.
   um outro perguntou-me e respondeu na reprise: “Sabe por que o cachorro é o maior amigo do homem?  Ele não conhece dinheiro”.
Tudo isso faz a diferença de ser humano. Mais ou menos com a mesma forma, somos  um quase infinito de contrastes. E nessa  confusão no pensar e agir, podemos inclusive nos dar muito bem uns com os outros.
Principalmente, se sentimos amor que não tem preço e  nem pede troco. Amor lindo de amar sem sofrer.
Amor fantasiado dá um trabalho... desses que um inventa pro outro sentir, e depois acaba sumindo na projeção do  impossível.
No exame de consciência de costume,  assisto ao  florescer-me de humanidade.
Vejo-me com lentes de lupa, das limitações ao que é bom  tentando, dia após dia,  equilibrar-me no trapézio desafiante do viver.
Sinto  lindamente no peito, que gente é muito mais importante que coisa, sem cobrança e julgamento.
Isenta de santidade ou pieguice,  morro  escoteira do amor.Com  conhecimento de causa. Vivi um daqueles de explodir as emoções em poesia.
Ainda tenho paixões...
Dizem que elas não são duradouras. Mentira pura dos rotuladores de gente. Como se alguém  coubesse  nos padrões dos “sabidos” desse mundo.
Encantei-me pelas palavras ao aprender a  falar e apaixonei-me perdidamente por elas, quando aprendi a escrever.
Hoje, ferramentas do meu ofício,  são escolhidas  a dedo, para não ferir quem as procura.
Tem tanta palavra ruim, saindo amarga do fígado, escorrendo boca afora, como alvo envenenado.
Ou então escrita com fel, sangue, descrença para vampirar  sensacionalismo  e vender  a angústia coletiva. Gosto delas, não.
Meu dicionário é cor-de-rosa e o grosso dos verbetes têm raízes de esperança.
Acredito piamente, que o anúncio da boa-nova pode ajudar muita gente a melhorar de ser triste e até do complexo infiel, que ser brasileiro não dá.
Meu Brasil dos quatro cantos se achega  aqui em casa, de bem  com as boas palavras, que moram no templo do meu coração.
                                   Assim:
“Você não conseguiu ser mãe biológica, mas tem espalhado palavras tão belas, que de certa maneira a vemos como mãe de todos nós, que nos tornamos melhores em sentimentos refletindo sobre o amor que as suas mensagens trazem”. Obrigada. M. P.
 Imagina,  se vou palavrear  desamor.

Um artista Gigantesco

Um artista gigantesco

Cesar Vanucci *

“Precisamos de afeição e doçura.”
(Charles Chaplin)

Charles Chaplin não foi apenas grande, ele foi gigantesco. É o que constata – fico sabendo pela “Wikipédia” – o escritor estadunidense Martins Sieff ao comentar livro que focaliza a vida do criador do imortal Carlitos.

Alçado à categoria dos cineastas do time titular desde o cinema mudo, onde usou e abusou com talento e originalidade dos recursos da mímica na chamada “comédia pastelão”, Chaplin encantou, enterneceu e arrebatou multidões. Alguns dos filmes que produziu e interpretou - caso, por exemplo, de “Luzes da Cidade” - conseguiu mesclar imagens e lirismo num grau de intensidade quase impossível de ser reproduzido em qualquer tipo de entretenimento, por mais criativo e refinado que possa ser.

Sua contribuição ao desenvolvimento do cinema, como produtor, diretor, autor, ator, empresário (ele bancava seus filmes) valeu-lhe prêmios e condecorações que, bem provavelmente, ninguém do ramo, depois dele, jamais conseguiu alcançar. Falecido aos 88 anos, em 1977, tornou-se personagem lendário na história cultural do planeta.

Menos conhecidas de que suas obras cinematográficas, suas citações e registros literários ajudam a compor-lhe o perfil de homem sábio, genial, sensível aos dramas humanos.

Aqui estão algumas amostras de sua interpretação das coisas da vida.

Sobre a humildade: “Pensamos demasiadamente / Sentimos muito pouco / Necessitamos mais de humildade / Que de máquinas. / Mais de bondade e ternura / Que de inteligência. / Sem isso, / A vida se tornará violenta e / Tudo se perderá.”

Sobre o homem: “Conhecer o homem – esta é a base de todo o sucesso.”

Assunto importante: “O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é – ou deveria ser – a mais elevada forma de arte.”

Sobre a vida: “A única coisa tão inevitável quanto a morte é a vida.”

Sobre a felicidade: “Não preciso me drogar para ser um gênio. Não preciso ser um gênio para ser humano. Mas preciso do seu sorriso para ser feliz.”

Uma proposta de reformulação do ciclo da vida (recentemente um outro cineasta lançou curioso filme em que o personagem, a exemplo do que é colocado linhas abaixo por Chaplin, nasce idoso e vai se tornando mais jovem à medida que o tempo rola): “A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?”

Sobre o relacionamento humano: “Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso.”

Nada é permanente: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas. A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe.”

Pecado e virtude: “Creio que o pecado é realmente um mistério tão grande como a virtude.”

Sobre a beleza: “A beleza existe em tudo – tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e poetas sabem encontrá-la.”

Homens e máquinas: “”Não sois máquinas! Homens é o que sois!”

Humanidade: “Mais do que máquinas precisamos de humanidade. Mais do que inteligência precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.”

O melhor autor: “O tempo é o melhor autor. Sempre encontra um final perfeito. Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre.”

A busca do céu: “Se não consegues entender que o céu deve estar dentro de ti, é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das estrelas. Por mais que tenhas errado e erres, para ti haverá sempre esperança, enquanto te envergonhares de teus erros.”

* Jornalista (cantonius@click21.com.br)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Palestra e Convite de Lançamento

Acadêmico J.B.Donadon-Leal fará palestra na ALEPON -


Acadêmica ALMIRA GUARACY REBÊLO LANÇARÁ LIVRO EM BELO HORIZONTE -

Peripécias de orador

Peripécias de orador

Cesar Vanucci *

“Quem fala muito dá bom dia a cavalo.”
(Adágio popular)


Chegou na Associação de Pais e Mestres no finzinho da reunião e foi logo recebendo da Presidente inesperada incumbência: saudar visitantes ilustres do exterior. Professores e estudantes da Pensilvânia, campeões de “wakeboarding”. “Enfatize o feito esportivo. Vamos entregar-lhes um troféu. Temos interesse em fortalecer o intercâmbio com eles.” Foi o que disse a presidente, sem lhe conceder tempo para argumentar, antes de deixar, às carreiras, a sala. Toda festiva, os braços abertos em sinal de fraterna acolhida, caprichando no timbre de voz para os “rauduidus” de praxe, ela conduziu a comitiva até o auditório. “Eles apreciam pontualidade e eu também”, asseverou.

- E essa agora? Questionou-se com os seus botões, pensamento embaralhado, o nosso indigitado orador. Lamentou haver comparecido à reunião. “Não estaria agora a pagar esse baita mico. E que diacho de coisa é esse tal de “wake sei lá o quê?!” Sentiu-se perdido em meio a solitárias e silenciosas indagações. Lançou um olhar súplice ao redor. Percebeu logo que ninguém ali estava a fim de compartilhar suas aflições. A mesa da sessão começava a ser composta. O público numeroso cuidava, em ruidosa movimentação, de se apoderar dos assentos não ocupados no auditório. Suas ruminações mentais não calavam. Tentava, embalde, consolar-se com a idéia de que, diante da inevitabilidade da incômoda situação, o melhor a fazer era relaxar. Classificava, tardiamente, de supina besteira a concordância dada, dias antes, para a inclusão de seu nome, como orador, na chapa da Associação. O hino de abertura da sessão acabara de ser entoado. A hora do pronunciamento se acercava e ele ainda sem saber como se arranjar na fala pros gringos. Pior, consciente da condição de analfabeto de pai e mãe com relação ao tal esporte de nome complicado. Que tal se invocasse ajuda da Medalha Milagrosa? Descartou a opção por lhe parecer oportunista, consideradas as circunstâncias de nunca lhe haver passado pela cachola a intenção de integrar o grupo de devotos fervorosos da santa. Na busca de auxílio providencial, agarrou-se à idéia de invocar São Judas Tadeu. Adepto do santo não podia, em boa e leal verdade, dizer que era. Mas, de qualquer maneira, pesava a favor o fato de haver acompanhado a patroa em celebrações no santuário erigido em louvor de São Judas pela veneração popular. Mesmo após a invocação sentiu a estrutura óssea balançar, no momento crucial da chamada à tribuna. O coração saltitante, esmerou-se em pronunciar pausadamente as palavras. Rodeou toco o quanto pôde, com filigranas retóricas. Não se atreveu, estrategicamente, uma vez sequer, a citar a modalidade esportiva em foco. Com algum domínio da situação, deixou-se arrastar pela empolgação. Proclamou então que os homenageados, educadores de escol e coisa e loisa, cumpriam exemplarmente histórica missão, aplicando os recursos de um esporte tão apaixonante e valoroso no burilamento da têmpera e caráter dos jovens. Lastimou que tão enriquecedora prática não recebesse entre nós o incentivo devido. Arrancou, para surpresa, uma ovação. Os desportistas campeões abraçaram-no efusivamente, impressionados com tão incisivo apoio á sua causa esportiva.

Um grupo de estudantes, seu filho entre eles, trouxe-lhe, na hora dos cumprimentos, inusitada proposta. Já que se confessara simpático à prática do “wakeboargding”, a moçada resolvera elegê-lo, ali mesmo, patrono do nascente time do educandário. Tocava-lhe, à vista disso, a suprema honra de abrir, com substanciosa doação, o livro de ouro instituído para a aquisição do material de treinamento. Meteu o chamegão no livro, sem tugir nem mugir, o sorriso amarelo, com a cara de quem estivesse conquistando o troféu de “cavalgadura do ano”.

Ainda por se refazer das imprevisíveis emoções do dia, sentiu a língua coçar de tanta vontade de perguntar ao filho, na volta pra casa, o que vinha a ser mesmo esse tal de “wake... sei lá bem o quê...”. Faltou coragem...

* Jornalista (cantonius@click21.com.br)


terça-feira, 5 de julho de 2011

As tiradas de Woody Allen

As tiradas de Woody Allen

Cesar Vanucci *

“O homem explora o homem
 e por vezes é o contrário.”
(Woody Allen)

Numa passagem do filme “Hannah e suas irmãs”, o personagem vivido por Woody Allen acompanha a mais jovem das irmãs a uma casa de espetáculos musicais onde se apresenta um grupo de roque na linha bate-estaca. A moça, sintonizadissima nas vestes, gestos e no falar com o clima reinante no lugar, delira com a barulhenta atração. Mas o acompanhante, assustadíssimo, pondo tom súplice na voz, manifesta o desejo de sair logo dali. Antes que o show termine. “Tenho medo de que eles resolvam, no final dessa bateção, me sequestrar.”

O humor de Woody Allen é sempre assim. Cortante, inesperado, esgarçante, revirando pelo avesso situações desconcertantes, condescendentemente absorvidas na infinita comédia humana. Aos 75 anos, em plena efervescência criativa, apontado por muitos como a voz mais representativa da chamada autoparódia, com mais de 50 títulos no currículo vitorioso de cineasta, Woody Allen é um critico mordaz do comportamento acomodado do ser humano.

“A condição humana é trágica demais para o meu gosto”, costuma dizer, acrescentando que o certo seria o homem nascer “já sabendo o motivo.” Acredita no poder mágico da palavra, anotando que “a magia me ajuda a não cair em depressão.” Os filmes que assina são, praticamente todos, do melhor nível. O que explica a profusão de prêmios por ele obtidos em festivais cinematográficos.

Seus ditos, em entrevistas e diálogos escritos para o cinema, são antológicos. Como pode ser constatado da leitura da coletânea abaixo.

– Descrevendo-se como intelectual e artista: “As pessoas sempre se enganam em duas coisas sobre mim: pensam que sou intelectual – porque uso óculos – e que sou artista – porque meus filmes sempre perdem dinheiro.”

– Sobre o que considera diversão: “Gosto mesmo é de dias cinzentos. Diversão para mim é assistir a um jogo pela televisão tomando cerveja.”

– A respeito da morte: “A morte é como o som de um trovão distante num dia de piquenique.”

– Gente boa e gente nem tanto: “As pessoas boas dormem muito melhor à noite do que as pessoas más. Claro, durante o dia as pessoas más se divertem muito mais.”

– Sobre Deus: “Se Deus existe, por que Ele não me dá um sinal de Sua existência. Como, por exemplo, manda abrir uma bela conta em meu nome num banco suíço?”

– Sobre a natureza humana: “O homem explora o homem e por vezes é o contrário.”

– Sobre a longevidade: “Você pode viver até os cem anos se abandonar todas as coisas que fazem com que você queira viver até os cem anos.”

– Sobre a liberdade: “A liberdade é o oxigênio da alma.”

– Riso de Deus: “Quer fazer Deus rir? Então, conte a Ele seus planos.”

– A única resposta: “Talvez os poetas estejam certos. Talvez o amor seja a única resposta.”

– Imortalidade: “Não quero atingir a imortalidade com meu trabalho, mas sim não morrendo.”

– Medo de morrer: “Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora em que isso acontecer.”

–Sobre a morte ainda: “Morrer é como dormir, mas sem levantar-se pra fazer xixi.”

– Erro médico: “Quando um médico erra o melhor é colocar terra por cima.”

– Música japonesa: “A música japonesa é uma tortura chinesa.”

– Casamento: “Alguns casamentos acabam bem. Outros duram a vida inteira.”

– Sobre fidelidade: “Hoje em dia a fidelidade só se vê em equipamentos de som.”

– Encruzilhada da vida: “Mais do que em qualquer época, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero absoluto. O outro, à total extinção. Vamos rezar para que tenhamos a sabedoria de saber escolher.”

– Sobre o eco: “O eco sempre tem a última palavra.”

* Jornalista (cantonius@click21.com.br)