domingo, 24 de abril de 2011

Posse da Acadêmica Hebe Rôla na AMULMIG

POSSE DA ACADÊMICA HEBE MARIA RÔLA SANTOS -
Vejam fotos e discurso de saudação.Notícia postada na página:



Acadêmica Andreia Donadon Leal - discurso de saudação

 Acadêmica Hebe Rôla - saudação ao patrono - José Severiano de Resende
Acadêmica Hebe Rôla recebe o Diploma da AMULMIG da Presidente em exercício, Conceição Parreiras Abritta

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Textos para publicação no blog da AMULMIG

Prezados Confrades da AMULMIG

Devido a inúmeros compromissos culturais, informo-lhes que os textos enviados para publicação neste blog, serão postados somente a cada 15 dias.

Grata pela compreensão.

Andreia Donadon Leal - membro efetivo da AMULMIG

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dia Mundial do Livro

Dia Mundial do Livro 
Andreia Aparecida Silva Donadon Leal  
Abril é mês Mundial do Livro – produção material de bens imateriais do homem, ao longo da história. Primeiro de abril é dia da mentira. É costume de pessoas extrovertidas pregarem “alguma peça” nesse dia, falando mentiras para amigos, parentes ou conhecidos. E o que os livros têm a ver com a mentira? Provavelmente nada. Leitura ficcional ou não, seu valor é indiscutível para a humanização. O acesso igualitário aos bens culturais (populares e eruditos) é DIREITO de todos, mas, infelizmente, esse direito não é conhecido, nem requerido pelo povo. E a cultura? O que é cultura? Obviamente, o termo é amplo demais para discussões específicas neste texto.  Cultura, de forma geral, é toda manifestação resultante do gênero humano. É ela que permite avançarmos em todas as áreas. Dessa forma, poderíamos concluir que a função da Cultura é a de tornar dinâmica a vida em sociedade. Sim, esse é o sentido lato da palavra cultura – tão importante e emergencial como a Alta Educação ou Excelência Educacional. O princípio básico cultural seria esse, se tivéssemos gestores culturais, especialmente nas administrações públicas, que promovessem o diálogo da cultura popular com a erudita. O livro, por exemplo, entra como protagonista e tábua de salvação ou remédio eficaz contra o empobrecimento cultural. Literatura, livro e leitura são investimentos culturais promissores de um país.
O estudioso Antonio Cândido defende o “Direito à Literatura” como direito humano, pois se algo é indispensável para nós, deve ser também indispensável para o próximo. Cândido refere-se às pessoas que afirmam que o próximo tem direito a bens básicos, como moradia, comida, instrução, saúde, etc., mas isso está longe de ser o ideal. Todos nós somos seres culturais, independente do grau de instrução ou preferência cultural. No Brasil, o privilégio de ler clássicos seria de uma pequena “classe”, a nomeada intelectual, mas será que os setores culturais não poderiam incluir TODOS no mesmo elenco? Seria se começássemos a investir em políticas de leitura. Seria se, compreendêssemos que a Literatura é uma necessidade, pois é manifestação universal do homem em todos os tempos e humaniza, em todos os sentidos, porque faz viver.
Outra abordagem do professor Cândido, que merece destaque em relação à Literatura, é a de defender que a literatura erudita deixe de ser privilégio de pequenos grupos, mas para isso acontecer é necessário, que a organização da sociedade seja realizada de maneira a garantir uma distribuição justa dos bens. Para que esse “ideal” aconteça de fato, os produtos literários deverão circular sem barreiras; no caso do Brasil será preciso vencer o déficit da escolarização básica para criar na sociedade o hábito da leitura.
Outro ponto importante do artigo de Antônio Cândido é o de defender a fruição cultural em todos os níveis. Isso seria possível se nossa sociedade não segregasse as camadas sociais com pouca escolarização, impedindo a difusão e a circulação de produtos culturais eruditos, confinando o povo a apenas uma parte da cultura, a nomeada POPULAR. “Cultura popular e cultura erudita nunca deveriam ser separadas, como se a sociedade fosse dividida em esferas que não se comunicassem. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável”. (Cândido: 1988, p.191).
Para comemorar o Dia Mundial do Livro (23 de abril) é necessário fazer conexão com o Dia da Mentira, ideia inicial desse texto. É mentira afirmar que é impossível a fruição da cultura erudita com a popular no Brasil. É mentira afirmar que pessoas menos esclarecidas são incapazes de serem atraídas por sinfonias ou leituras de clássicos.  É mentira também afirmar que a cultura tem que ter investimento mais focado em shows, carnaval ou festas populares, porque o povo (a maioria) só gosta disso. É mais cômodo trabalhar dessa forma: separando a cultura popular da erudita, por preguiça, falta de informação e de instrução.
E os livros? Os livros são componentes importantes da cultura (livros de folclore, de lendas, de sagas; epopeias, clássicos, modernos ou pós-modernos).  Os livros são e continuarão sendo fonte rentável, inesgotável e eficiente para o saber, em todos os tempos.  Seu valor é indiscutível para a humanização. Lutem pelo acesso aos livros, pois eles nos leva ao conhecimento, à alteridade, ao prazer, à instrução, à sabedoria, a viver outras vidas e experiências, e a alargar nossos horizontes...


* Mestranda em Literatura, cultura e sociedade pela UFV
Membro Efetivo da AMULMIG
 deiadonadon@yahoo.com.br
deialeal@jornalaldrava.com.br

A confissão de Guimarães e Acontecências paranormais

Texto 02
Acontecências paranormais

Cesar Vanucci *


 “Tudo isto é verdade. Dobremos de silêncio.”
(Guimarães Rosa, em artigo escrito há 40 anos)


R
estou cabalmente provada, no depoimento do próprio autor aqui reproduzido, a incomum capacidade de Guimarães Rosa de poder atingir, com prodigiosa freqüência, latitudes superiores na captação das energias sutís que compõem este nosso universo povoado de inexplicabilidades. Energias essas ainda indecifráveis do ponto de vista do conhecimento científico consolidado.

Depois de anotar que, por formação ou índole costumava opor “escrúpulo crítico a fenômenos paranormais”, o escritor viu-se obrigado a reconhecer que sua vida, sempre e desde cedo, “se teceu de sutil gênero de fatos.” E que fatos tão singulares, “entremeando-se nos bojos do mistério e equivalente às vezes quase à reza”, são mesmo esses, afinal de contas? A resposta chega de imprevisto, fulminante, de forma a esmorecer costumeiras dúvidas suscitadas pela proverbial dificuldade humana em avaliar situações consideradas fantásticas, misteriosas ou enigmáticas: “sonhos premonitórios, telepatia, intuições, séries encadeadas fortuitas, toda a sorte de avisos e pressentimentos.”
Foi, por exemplo, num sonho premonitório, “duas noites repetido”, que a estória de “Buriti”, constante de “Noites do Sertão”, tomou forma em 1948. É o que atesta, com franqueza e sem rebuços, o autor de “Tutaméia”. Os estudiosos dos fenômenos abarcados pela Parapsicologia não hesitarão em apontar, nessa revelação, a faculdade de precognição entre os dons singulares do escritor. E qual classificação atribuir ao relato de Guimarães concernente a “Conversa de bois”, do enredo de “Sagarana”? “(...) Recebi-a, em amanhecer de sábado, substituindo-se a penosa versão diversa, apenas também sobre viagem de carro-de-bois e que eu considerava como definitiva ao ir dormir na sexta”, sublinha o autor. O ato de haver “recebido” dá o que pensar. Esse mesmo processo intrigante de “recepção”, dir-se-á (à falta de definição melhor) mágica, ocorre em muitos outros momentos da fecunda trajetória literária de Guimarães, segundo informações dele próprio. É assim em “A terceira margem do rio” (“Primeiras estórias”). Assim, igualmente, em “Campo Geral”. (“Miguelim e Manuelzão”). Uma das estórias brotou na rua, “em inspiração pronta e brusca”, vinda “de fora”. A outra “foi caindo já feita no papel” (...) “e, chegada ao fim, espantou-se a simetria e a ligação de suas partes”. Será que a hipótese da “escrita automática”, também conhecida por psicografia, pode ser encaixada como tentativa de explicação? Ou o que aconteceu guardará sinais de similitude, de alguma maneira, com um “esclarecimento” que me foi passado, de certa feita, pelo consagrado autor espanhol J.J.Benitez? Perguntei-lhe em quais fontes se inspirara para o impressionante relato sobre a vida de Cristo que compõe a saga “Operação Cavalo de Tróia.” Pelo que deduzi da resposta, tudo provinha de um manancial de conhecimentos existente num plano superior. As informações teriam sido obtidas por percepção extra-sensorial, um tipo de “canalização” ainda não devidamente codificado. Guimarães Rosa parece querer dizer coisa parecida em seu artigo, quando fala de “Grande Sertão, Veredas”: “(...) forte coisa e comprida demais seria tentar fazer crer como foi (o livro) ditado, sustentado e protegido – por forças ou correntes muito estranhas”.

A precognição ganha sentido, mais uma vez, no caso de um outro romance que “faz anos, comecei e interrompi” (“A fazedora de velas”). A doença que veio a acometer o escritor, bem como a visualização antecipada que teve do interior de uma casa visitada, anos depois, “por acaso”, que haviam sido projetadas no romance, causando-lhe “choque e susto”, são elementos a mais a considerar na análise das fantásticas situações, de características iniludivelmente paranormais, vividas pelo genial Guimarães Rosa.

Não há como negar: as instigantes revelações acerca da paranormalidade do escritor, ouvidas de sua própria boca, reclamam atenções maiores dos estudiosos de sua fabulosa obra.

Na sequência, cartas e receitas inéditas de Guimarães Rosa.


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TEXTO 01

A confissão de Guimarães



“Sua obra suscita mais tentativas de decifração
 do que a de qualquer outro escritor.”
(Paulo Rónai)

C
C

onforme já contado, Guimarães Rosa confessou, 40 anos atrás, em artigo no “Estado de Minas”, reavivado pelo escritor Luiz de Paula Ferreira, seu entranhado envolvimento com fenômenos ligados às percepções extra-sensoriais. Do instigante texto ressalta claro que sua obra literária – obra que “suscita mais tentativas de decifração do que a de qualquer outro escritor”, segundo Paulo Rónai – foi marcada, desde sempre, por intuições e impulsos mágicos, de nítida configuração parapsicológica, inexplicáveis à luz do conhecimento consolidado,.

Mas já é tempo de satisfazer a curiosidade do leitor, a respeito da confissão do autor de “Sagarana”, falando de seus dons paranormais. O artigo tem por título “Vida – arte – e mais?”.

“Tenho de segredar que – embora por formação ou índole oponha escrúpulo crítico a fenômenos paranormais e em principio rechace a experimentação metapsiquica – minha vida sempre e cedo se teceu de sutil gênero de fatos. Sonhos premonitórios, telepatia, intuições, séries encadeadas fortuitas, toda a sorte de avisos e pressentimentos. Dadas vezes, a chance de topar, sem busca, pessoas, coisas e informações urgentemente necessárias.

No plano da arte e criação – já de si em boa parte suplinar ou supraconsciente, entremeando-se nos bojos do mistério e equivalente às vezes quase à reza – decerto se propõem mais essas manifestações. Talvez seja correto eu confessar como tem sido que as estórias que apanho diferem entre si no modo de surgir. À Buriti (Noites do sertão), por exemplo, quase inteira, “assisti”, em 1948, num sonho duas noites repetido. Conversa de Bois (Sagarana), recebi-a, em amanhecer de sábado, substuindo-se a penosa versão diversa, apenas também sobre viagem de carro-de-bois e que eu considerara como definitiva ao ir dormir na sexta. A Terceira Margem do Rio (Primeiras estórias) veio-me, na rua, em inspiração pronta e brusca, tão “de fora”, que instintivamente levantei as mãos para “pegá-la”, como se fosse uma bola vindo ao gol e eu o goleiro. Campo Geral (Miguilim e Manuelzão) foi caindo já feita no papel, quando em brincava com a máquina, por preguiça e receio de começar de fato um conto, para o qual só soubesse um menino morador à borda da mata e duas ou três caçadas de tamanduás e tatus; entretanto, logo me moveu e apertou, e, chegada ao fim, espantou-se a simetria e ligação de suas partes. O tema de O Recado do Morro (No Urubuquá, no Pinhém) se formou aos poucos, em 1950, no estrangeiro, avançado somente quando a saudade me obrigava, talvez também sob razoável ação do vinho ou do conhaque. Quanto ao Grande sertão: Veredas, forte coisa e comprida demais seria tentar fazer crer como foi ditado, sustentado e protegido – por forças ou corrente muito estranhas.

Aqui, porém, o caso é um romance, que faz anos comecei e interrompi. (Seu título: A Fazedora de Velas). Decorreria, em fins do século passado, em antiga cidade de Minas Gerais, e para ele fora já ajuntada e meditada à massa de elementos, o teor curtido na idéia, riscado o enredo em gráfico. Ia ter principalmente, cenário interno, num sobrado, do qual – inventado fazendo realidade – cheguei a conhecer todo canto e palmo. Contava-se na primeira pessoa, por um solitário, sofrido, vivido, ensinado. Mas foi acontecendo que a exposição se aprofundasse, triste, contra meu entusiasmo. A personagem, ainda enferma, falava de uma sua doença grave. Inconjurável, quase cósmica, ia-se essa tristeza passando para mim, me permeava. Tirei-me, de sério medo. Larguei essa ficção de lado. O que do livro havia, e o que se referia, trouxou-se em gaveta. Mas as coisas impalpáveis andavam já em movimento. Daí a meses, ano-e-meio, ano – adoeci, e a doença imitava, ponto por ponto, a do Narrador! Então? Más coincidências destas calam-se com cuidado, em claro não se comentam. Outro tempo após, tive de ir, por acaso, a uma casa – onde a sala seria, sem toque ou retoque, a do romanceado sobrado, que da imaginação eu tirara, e decorara, visualizado freqüentando-o por oficio. Sei quais foram, céus, meu choque e susto. Tudo isto é verdade. Dobremos de silêncio.”

Procuro interpretar a fala de Guimarães na sequência.


* Jornalista (cantonius@click21.com.br)

domingo, 3 de abril de 2011

Membro da AMULMIG recebe reconhecimento da UBE-RJ


A acadêmica da AMULMIG, Andreia Aparecida Silva Donadon Leal receberá reconhecimento da UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES (RJ) pelo conjunto de sua obra literária e pelo trabalho em prol da cultura brasileira. A Diretoria da UBE outorgará a Medalha ANTONIO OLINTO à escritora mineira, em solenidade no auditório da Academia Brasileira de Letras, em comemoração aos 53 anos de existência da entidade, em 2011.
A Medalha ANTONIO OLINTO foi criada em memória do grande escritor, Membro da Academia Brasileira de Letras e benfeitor da UBE. Já foram homenageadas com a comenda as seguintes personalidades: Eduardo Portella; Elizabeth Alves de Almeida; Fábio Lucas; Ferreira Gullar; Israel Pedrosa; João Cândido Portinari; Lauro Barbosa Moreira; Marcos Vinícios Vilaça; Oscar Niemeyer; Sérgio Cabral Santos; Stella Leonardos; Walter Moreira Salles Jr., e Wanda Fabian.



                           Stella Leonardos                                            Edir Meirelles
                          Secretária-geral                                                 Presidente

O lado místico de Guimarães Rosa




Cesar Vanucci *


“Mexendo em velhos papéis,encontrei
um texto precioso de Guimarães Rosa...”
(Luiz de Paula Ferreira, escritor


G
uima são muitos. O universo literário rosiano, povoado de pontos cintilantes, parece ser regido pela mecânica cósmica da expansão contínua. Ganha, de tempos em tempos, nova dimensão. Os observadores deparam-se, ao devassar com suas lunetas os horizontes ilimitados da obra do autor de “Grande Sertão, Veredas”, com descobertas as mais fascinantes. Nenhuma delas ofusca a outra. Tudo faz parte de um todo harmonioso, que fala das múltiplas e inesgotáveis facetas de um gênio da criação literária. Um intelectual que escalou altitudes himalaianas e soube, como bem poucos, valer-se do recado artístico para atingir, certeiramente, as profundezas da alma humana.
Guimarães Rosa são muitos. E, singularmente, único, sem que se possa vislumbrar na afirmativa qualquer paradoxo. Revela-se único ao ostentar - categorizado mensageiro da boa palavra literária, da palavra que encanta e arrebata - essa profusão de saberes incomuns que tornam tão reluzente o seu legado de ideias.

Há o Guimarães recriador de linguajares de ricas cadências e tinturas. Há o paisagista de um sertão bravio, espantosamente real. Uma faixa de chão de consideráveis proporções dominada por ritmos e critérios peculiares de vida, inalcançáveis na visão utilitarista urbana. Há o retratista portentoso de perfis inesquecíveis. Desenhista de tipos esfuziantes na maneira singela de agarrar as dádivas da vida, projetados das emoções e paixões das multidões anônimas. Há o contador insuplantável de estórias brotadas das vivências simples da gente do povo, com seus ditames éticos rudes que costumam ressoar incompreensíveis em ouvidos eruditos. E há, ainda, o prosador clássico dos achados poéticos inebriantes, das metáforas antológicas e das alegorias eletrizantes. “O alquimista do coração”: é assim que ele é mostrado em livro do escritor mineiro José Maria Martins. Sua literatura, segundo ainda o escritor citado, é levada a extremos de sutileza e inovação, ampliada “a recantos do mar da existência nunca d’antes explorados”, já que ele “tinha a capacidade de transpor a fronteira que separa o universo das manifestações temporais daquele da casualidade profunda”.
E eis que, agora, de repente, ao ensejo da comemoração dos 50 anos do lançamento de “Grande Sertão, Veredas”, desponta um Guimarães Rosa de insuspeitados (e confessos) envolvimentos com as manifestações mágicas, de certo modo inextricáveis, da paranormalidade. A intrigante revelação chega por intermédio de um respeitado intelectual, com apreciável contribuição à causa da cultura. O meu dileto amigo, Luiz de Paula Ferreira, escritor, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas, figura de relevo na cena empresarial. A carta que me envia diz tudo: “Prezado Cesar, Mexendo em velhos papeis, encontrei um texto precioso de Guimarães Rosa, publicado há quase 40 anos no “Estado de Minas”, citando fenômenos paranormais presentes na vasta produção literária que lhe valeu merecidamente ser incluído na relação dos 100 maiores escritores de todos os tempos. Conhecendo seu gosto pelo estudo de fenômenos dessa natureza, estou anexando o texto que é muito rico e merece ser avaliado e divulgado em suas crônicas do “Dia-a-dia”. Referindo-se ao “Grande Sertão, Veredas”, ele diz: “Quanto ao “Grande Sertão, Veredas”, forte coisa e comprida demais seria tentar fazer crer como foi ditado, sustentado e protegido por forças ou correntes muito estranhas.” Do amigo, Luiz de Paula Ferreira”.
No artigo em questão, Guimarães solta o coração para confissões que abrem instigantes perspectivas na avaliação de sua fabulosa obra. Comenta seus “sonhos premonitórios, telepatia, intuições, séries encadeadas fortuitas, toda a sorte de avisos e pressentimentos.” Um texto preciosissimo que deixa evidenciados, em boa interpretação parapsicológica, os dons paranormais de que o escritor era, indiscutivelmente, possuidor.
Semana que vem, a reprodução desse texto notável.